Reinava há vários anos. O
povo estava bem. Ninguém passava fome e as guerras não mais existiam. Seu reino
prosperava, era feliz como nunca o fora. Contudo, uma coisa não estava certa.
Algo ali não estava direito. A espada que sempre carregou consigo não tinha
mais serventia. Guardá-la como tesouro não era opção. Toda espada é feita com um propósito: cortar a carne do inimigo. Sem ele, a espada não faz sentido. Assim,
a espada é desembainhada, pela última vez e, seu rei, crava-a na pedra de onde
a retirou. Ali ela aguardará pelo próximo menino assustado que a retirará.
quarta-feira, 13 de dezembro de 2017
segunda-feira, 11 de dezembro de 2017
BASTARIA POESIA
bastaria um gesto
uma ação
e a vida de muitos
mudaria de vez
bastaria uma palavra
dita
no momento certo
e o mundo seria outro —
melhor
talvez
bastaria um pensamento
uma ideia
para os universos
paralelos
de cada um
se cruzarem
se unirem
em um só
bastaria poesia
sexta-feira, 8 de dezembro de 2017
O TOM BRANCO DA NEVE
na queda
a gente
se revela
no topo
todo mundo
acha gosto
na ascensão
ninguém percebe
o tom branco da neve
segunda-feira, 4 de dezembro de 2017
A CAIXA QUE NÃO ERA DE PANDORA
A
caixa é aberta e dela saem infinitas coisas sem sentido. Quem ali vê, não
acredita, aberta deixa a boca e os olhos arregalados. Quando a caixa enfim se
esvazia, quem ali está, vai bisbilhotar, e vê, no fundo da caixa, todo o
sentido do mundo.
sexta-feira, 1 de dezembro de 2017
DESTERRADOS VÃO ÀS COMPRAS
Em
zonas francas, você o vê mendigando ofertas. Parece necessitado, mas não é. É o
típico brasileiro querendo levar vantagem em tudo. Até quando doa, pede
desconto. E quando avista algum defeito no produto comprado a prazo, liga de
imediato no SAC e exige um produto novo. Ele não é bobo. Consumidor se fez há
muito tempo. Torcemos para que um dia vire um cidadão também.
Assinar:
Postagens (Atom)